No ano de 2018, a Cooperativa Amazonbai, que produz açaí e está situada no arquipélago do Bailique, Amapá, iniciou uma jornada de avaliação da sua evolução organizacional a partir da aplicação da “Escala de Maturidade para negócios inclusivos e comunitários”, versão adaptada para cadeias da sociobiodiversidade. Naquela época, a cooperativa estava em seus estágios mais iniciais, recém-formalizada e ainda por administrar sua própria agroindústria, mas com uma visão clara: transformar a produção de açaí em um negócio sustentável e próspero para as comunidades locais. Este desejo foi calcado pelos produtores desde a concepção do Protocolo Comunitário do Bailique, um conjunto de acordos, regras e diretrizes para o desenvolvimento sustentável do território e da qualidade de vida de suas populações.

Ao longo desses cinco anos, testemunhamos um crescimento notável na Cooperativa Amazonbai. A entrada de novos comunitários do Beira Amazonas expandiu significativamente a base de produtores. A cooperativa não apenas começou a administrar sua própria agroindústria, mas também aprimorou seu processo de produção, agora oferecendo polpa de açaí da mais alta qualidade no mercado. Além disso, a Amazonbai conquistou várias certificações socioambientais, resultado  de seu compromisso inabalável com a sustentabilidade ambiental e social. Esses processos foram cruciais para a melhoria de seu desempenho em monitoramento socioambiental e rastreabilidade dos seus produtos. Além disso, vimos diferentes parceiros, apoiadores e financiadores somarem-se positivamente a esta jornada protagonizada pelos produtores.

Essa evolução foi cuidadosamente registrada pela aplicação anual da Escala de Maturidade. Essa tecnologia social, desenvolvida pelo Instituto Terroá, tem avaliado nove dimensões cruciais do empreendimento (legislação, administrativo financeiro, organização social, manejo, organização da produção, logística e transporte, industrialização, comercialização e parcerias, inovação e sustentabilidade), totalizando mais de 60 requisitos. A cada ano, com o acompanhamento da Escala, a cooperativa cresceu, amadureceu e se fortaleceu, não apenas profissionalizando sua gestão, mas também gerando mais renda para as comunidades locais, preservando o ambiente e aumentando o valor dos produtos da sociobiodiversidade.

 

O sucesso da Cooperativa Amazonbai é um testemunho do poder de ferramentas e tecnologias sociais participativas, como a Escala de Maturidade, na contribuição de um entendimento mais profundo sobre o negócio comunitário, além da criação de uma cultura de planejamento e ação mais assertivos para as prioridades da organização.

Assim, ao longo desses anos, essa tecnologia não apenas ajudou a Amazonbai, mas foi customizada e implementada em uma variedade de contextos, desde cooperativas de recicladores, empreendimentos rurais agroflorestais, escolas do campo e pequenos negócios de impacto junto a empreendedores individuais. Além disso, a Escala de Maturidade é uma parte vital do Programa Co-Labora, do Instituto Terroá, focado em incubação, assessoria e formação de empreendimentos econômicos inclusivos e solidários, como cooperativas, microempresas, empreendedores individuais e outras iniciativas coletivas/comunitárias. Esse programa visa não apenas ajudar essas iniciativas a prosperarem em um ambiente econômico desafiador, mas também promover a inclusão social e a geração de renda, moldando um futuro sustentável e promissor.

Assim, a história da Amazonbai não é apenas uma narrativa de sucesso, mas um exemplo inspirador de como a determinação, aliada à tecnologias que promovam autonomia, podem transformar um caminho para um amanhã mais sustentável e inclusivo.

 

Compartilhar: