Desenvolvimento para quem?
Evento objetivou diálogo sobre perspectivas do desenvolvimento e as populações em situação de vulnerabilidade social
Aconteceu no dia 15/06 (Quarta-Feira), o evento “Desenvolvimento para quem?”, organizado em parceria pelo Instituto Terroá e pela FUNAP, com a finalidade de dialogar sobre as visões existentes sobre o desenvolvimento, desde as tradicionais baseadas no crescimento econômico, até perspectivas mais atuais como o desenvolvimento humano, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento local, desenvolvimento territorial, desenvolvimento subjetivo, entre outras.
Além disso, procurou-se responder à uma provocação: em qual medida tais perspectivas realmente incluem de forma protagonista as populações em vulnerabilidade social?
O diálogo teve como convidado especial Fernando Moraes, que é ativista social e humanista. Já realizou muitos trabalhos no campo missionário em comunidades pobres. Foi consultor social em Portugal. Trabalhou na Cooperação e Desenvolvimento em Angola (Luanda e Huíla), no Projecto Jango, em 2007 e 2008; consultor de desenvolvimento e recursos Assistenciais na Bahia e na Amazônia, para projetos sociais e de formação de lideranças no Sertão. Foi ainda Secretário Municipal de Desenvolvimento Social da cidade de Hortolândia (SP).
O evento iniciou com uma introdução, feita por Daniel Bellissimo e organizada por Lívia Brumatti, sobre qual é essa discussão sobre o desenvolvimento e como ela vem avançando ao longo do tempo. Apresentaram também como o Instituto Terroá trabalha com o desenvolvimento territorial.
Em seguida, Fernando Moraes fez uma profunda explanação sobre suas experiências em comunidades em vulnerabilidade social, e como os conceitos perdem sentido diante de necessidades essenciais humanas.
Discorreu sobre a necessidade do pertencimento, do resgate de nossas identidades culturais e territoriais, e sobre como os trabalhos desempenhados na esfera das ONGs e outros que buscam apoiar o desenvolvimento de comunidades “periféricas” precisa ser revisto. Necessitamos de um olhar apreciativo, uma escuta ativa e uma postura que promova o empoderamento real dos indivíduos, entendendo-os como cheios de criatividade e de capacidade de serem protagonistas de seus próprios processos de desenvolvimento. Fez críticas a uma proliferação de ONGs e trabalhos sociais desconectados desse posicionamento, alguns com falta de uma causa enraizada, outros presos a uma concepção limitante de entendimento do outro como inferior, passível apenas de receber àquilo que lhes sobra.
Encerrando o evento, houve um diálogo com os presentes sobre o tema, que com certeza promoveu um engrandecimento nos presentes, que com certeza ali sentiram-se pertencentes a uma nova possibilidade de desenvolvimento de si e de suas comunidades.